Grande oferta de imóveis novos construídos nos últimos anos, dinheiro escasso e caro colocam a vantagem do lado de quem tem economias para comprar. Mas fechar negócio de um bem de valor alto e de financiamento de longo prazo exige muitos cuidados

Os juros estão altos e o dinheiro escasso, mas se você tem economias e necessidade de adquirir um imóvel, é possível fechar bom negócio. A posição vantajosa está do lado do comprador e deve continuar assim no próximo ano, aposta o economista Roberto Vertamatti, diretor da Anefac (Associação Nacional dos Executivos em Finanças, Administração e Contabilidade).

O setor deve continuar com vendas bem aquém  do ano de 2013, que foi forte, com muito crédito, analisa o economista. A dificuldade do governo de fazer o ajuste das contas públicas e as incertezas políticas continuarão afetando a venda de imóveis, cuja produção esteve acelerada nos últimos anos.

Com muita oferta de imóveis novos, mas também de usados, é o caso de o comprador optar de acordo com seu bolso, evitando endividamento maior e por prazo mais longo. Sempre levando em conta fatores que oneram o orçamento como necessidade de reparos, de gastos com transporte no novo endereço, condições de segurança, possibilidades de valorização, valor de IPTU e do condomínio.

Se o imóvel for novo ou ainda em construção, todo o comprometimento de renda no futuro precisa ser analisado, especialmente por conta do ambiente econômico imprevisível. Parcelas intermediárias, de entrega de chaves, despesas com cartório, com transferência.

Vertamatti é conservador quando se trata de assumir despesas com prestações. Recomenda que não representem no total, considerando a inclusão de outros financiamentos assumidos, mais do que 30% da renda familiar. Os bancos estipulam esse percentual para limitar a prestação do financiamento habitacional, mas ele sugere que esse seja o montante representado por todos os gastos envolvendo juros. A preocupação faz sentido. Com as taxas cobradas, a população tem dificuldades de se livrar das dívidas. Setenta por cento das pessoas endividadas estão  em atraso com seus compromissos há mais de um ano.

Controlar os gastos e definir o quanto será empregado na aquisição de um imóvel, levando sempre em conta a relação entre o que cabe no bolso e as necessidades da família, é o o mais importante na tomada de decisão, alerta o economista da Anefac.

Outra dica importante é pesquisar o histórico e a reputação da imobiliária, incorporadora,  construtora ou até pessoa física envolvida, no caso de negociação direta com o proprietário. A internet é um bom instrumento de pesquisa, mas é possível obter informações também em cartórios, Serasa.

Quem não tem dinheiro para dar de entrada, nem pressa, consórcio pode ser uma boa opção e pode sair de 5% a 10% mais barato do que um financiamento tradicional.


Dicas para compra de Imóveis

1- JUROS- Pesquisar taxas de mercado para decidir financiamentos

2- ORÇAMENTOS - Evitar dívidas acima de 30% da renda, incluindo prestação do imóvel.

3- TIPO DE IMÓVEL - Listar especificações do tipo de imóvel desejado e despesas fixas, como condomínio e IPTU. 

4- FORMA DE PAGAMENTO - Analisar todas as opções de financiamentos (FGTS, permuta)

5- LOCALIZAÇÃO - Observar se a região é barulhenta.

6- INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS DISPONÍVEIS - Conferir se as características do imóvel atende ás necessidades.

7- COMPRA DE USADO - Considerar gastos com reparos.

8- COMISSÃO - Combinar quem pagará a corretagem.

9- PROPOSTA DE COMPRA - Ficar atento a detalhes da oferta e à negociações de itens. 

10- SEGURANÇA - Pesquisar a reputação da imobiliária, construtura ou incorporadora. 

11- INTERMEDIÁRIAS - Lembrar que, até a entrega de chaves, o saldo é corrigido pelo INCC e que as intermediárias são diferentes das parcelas.

12- PÓS-VENDA - Reservar dinheiro para o contrato, escritura, transferência e obras de acabamentos.

13- SEM ENTRADA - Contratar um consórcio pode ser uma opção.

14- PREÇOS - O comprador deve continuar no comando do mercado em 2016.

Fonte: Fato Online